Há alguns dias tive a alegria de participar de um seminário de interfaces literárias que envolvia música e literatura. Fui principalmente por causa da música, confesso, mas o encontro reacendeu em mim o amor que desde pequena alimentei pelos livros, pelas palavras, pela poesia. Amor que havia perdido no fundo de alguma gaveta dentro do meu coração adolescente.
Poesia... “Uma ilha cercada de palavras por todos os lados” como definiu Cassiano Ricardo. Palavras unidas não mais em “estado de dicionário”, mas cheias do mais alto grau de significado! Que delícia que é se embrenhar pelas palavras, mergulhar [...] para águas cada vez mais profundas.
O fato é que após esse reencontro não saberia, e nem gostaria, de viver sem a literatura.
Porém, não tomei papel e caneta para “convertê-los” a leitores. (risos) O fiz para falar de outro velho/novo amor.
Muitas vezes, ainda pequeninos aprendemos a amar Jesus... a amar Maria. Até que em algum momento da vida, que pode nem nos ser consciente, acabamos por perdê-lo (ou perder-nos) no fundo de alguma gaveta dentro de nós. Até que um dia, passando por uma igreja, escutando uma canção, no silêncio de nosso quarto interior, ou nas ruas de uma grande cidade, sentimos aquele calor voltar a aquecer o nosso coração.
Vemos o amor, a identificação, a familiaridade, reacender. E nos vemos numa ilha, cercada por palavras; e porque não!?! Palavras de amor, de consolo, de liberdade, de verdade. Cheias do mais alto grau de significado.
Que delícia que é se embrenhar por essas palavras! Mergulhar nessas águas. E saber que com Ele poderemos até caminhar sobre o mar, coberto por um céu de poesias se assim desejarmos.
Mayra Barbosa